Rompendo o ostracismo

A estratégia traçada por Glauber Amaral também foi decisiva para que a lendária Banda de Pífanos de Caruaru (de Pernambuco) conseguisse romper o ostracismo que enfrentou durante décadas, depois de ser revelada ao grande público brasileiro, na década de 70. “Quando a encontrei, em 1998, a banda atravessava sérias dificuldades econômicas, vivendo na periferia de São Paulo. Ela não gravava havia 17 anos, então fiz o projeto de um disco e liguei para o João Marcello Bôscoli, diretor da gravadora Trama. Ele custou a acreditar que eles eram os mesmos músicos que tinham gravado com Caetano Veloso”, lembra Glauber, responsável pela produção de mais de 50 shows da Banda de Pífanos de Caruaru.

O produtor da Barravento Artes também contribuiu diretamente para que a banda pernambucana assinasse um contrato de quatro discos pela Trama. “Consegui introduzi-la num universo que ela não freqüentava antes. Tirei a Banda de Pífanos do roteiro nordestino de festas de São João, em chão de barro. Fizemos shows em lugares interessantes do circuito cultural do Rio de Janeiro e de São Paulo”, observa o produtor.