“Sebastião Biano e seu Terno Esquenta Muié”

Sebastião Biano da banda Pífanos de Caruaru lançou seu primeiro disco solo pelo selo SESC este ano. Aos 96 anos, o único músico remanescente da formação original traz ao público “Sebastião Biano e seu Terno Esquenta Muié”.

À frente da banda de Pífanos de Caruaru, criada por sua família em 1924, Sebastião teve a composição “Pipoca Moderna” gravada por Gilberto Gil em 1972 no disco “Expresso 2222″. Alguns anos depois Caetano Veloso que fez a letra da música gravou no disco “Jóia” de 1975. A partir disso, a banda ganhou destaque nacional e influenciou muitos grupos como o Quinteto Armorial, o Quinteto Violado e o grupo Mestre Ambrósio.

A parceria com a Barraventoartes surgiu em 1998 quando a Banda de Pífanos de Caruaru tocou no São João no Memorial da América Latina.  No ano seguinte, Glauber Amaral levou o grupo para a gravadora Trama, onde os próximos dois discos “Isso Tudo é São João” (1999) e “No século XXI, no Pátio do Forró” (2003) foram produzidos por João Marcelo Bôscoli.

“Sebastião Biano e seu Terno Esquenta Muié”

O disco tinha sido planejado para ter mais músicas do que causos, no entanto as histórias de seu Biano roubaram a cena e boa parte das 18 faixas são registros delas. “Uma pessoa de 96 anos quando tem história pra contar, a gente tem que ouvir. Nos causos, a gente encontrou informações incríveis” conta o produtor André Magalhães. No repertório estão canções como A Briga do Cachorro com a Onça, Pipoca Moderna, Novena e Esquenta Muié. A banda que acompanhou Sebastião e seu pife é formada por Renata Marques (Baixo), Eder O Rocha (Percusão e zumbateria), Junior Kaboclo (Pífano) e Filpo Ribeiro (Rabeca, viola e marimbau). O álbum é mais do que uma simples gravação de seu Sebastião, pode ser considerado um registro histórico da música nordestina.